Falo obviamente do desenrrascanço.
No meio de todas as agruras e dos males aziagos, o português prima por essa capacidade de de um momento para o outro, de qualquer maneira e feitio dar a volta pelas traseiras e enganar os problemas.
E como é óbvio essa arte vai sendo permanentemente manifestada em todos os patamares e âmbitos da vida social.
É sobejamente conhecida a perdição que os estranjas tem pelo sol e pelos Verões do sul do nosso país, para além de apreciarem o bom tacho que se faz por estas bandas.
É também sobejamente conhecida a facilidade com que encontramos mais uma ementa em inglês pelos restaurantes do Algarve do que propriamente em português, onde, para quem tem o azar de não ter conhecimentos da língua de terras de sua majestade, só poderá matar a fome se apontar ao calhar para um prato da lista e enfardar o que lhe puserem à frente.
Ora, no entanto essa dificuldade para com a língua de terras de sua majestade pode também aparecer não só a quem lê a carta como a quem primeiro a têm de elaborar.
Com efeito, como a coisa que é certa é que os súbditos de sua majestade não se vão procurar em estudar a língua de Camões, pelo sim pelo não, o melhor será ter sempre qualquer coisa na ementa que se pareça com o inglês.
Daí há quem desenrasque qualquer coisinha para conseguir passar a perna aos amigos bifes, como aconteceu no exemplo que abade encontrou algures por aí:

mal por mal, a isto sim se chama hospitalidade...e não há razão para dizer que não há preocupação com o turista lá de fora!!
Pessoalmente, acho que um almoço composto por uma soup speciality of espirito Santo bank, seguido de um Bastard's lamprey rice done in the manner of between rivers, acompanhado de um belo dinner massacre in garlic wine e terminado com um the camel is going to spit on you seria um belo petisco!!
....e tenho dito!!!
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